Para comer sem gluten
Escrevi a coluna da Folha desta semana sobre como várias pessoas (eu inclusive) descobrem que suas enxaquecas desaparecem quando eliminam radicalmente o gluten de suas dietas, e várias pessoas escreveram perguntando sobre como fazer isso. É bem mais fácil do que parece, mas seguem aqui algumas dicas.
O que não comer: nada que tenha trigo, cevada ou centeio em sua composição. Isso inclui tudo o que seja feito com farinha de trigo, então lá se vão massas, bolos, pães e biscoitos de modo geral - bom, pelo menos os mais fáceis de encontrar em supermercados, que são feitos com trigo. Também inclui todos os pães à base de trigo, inclusive os "integrais", "naturais" ou o que for. E inclui, para a tristeza de alguns, a cerveja, feita à base de cevada (oooohhh...). A parte boa é que morar no Brasil torna a tarefa fácil: por lei, todos os rótulos são obrigados a indicar se o alimento contém gluten ou não. Por razões de segurança, aqueles que não contêm gluten em sua fórmula mas são feitos em fábricas que processam gluten também se dizem conter gluten. É o caso de alguns iogurtes. Mas para quem não é celíaco mesmo mesmo, esses alimentos em geral são seguros.
O que comer, então? Massas de arroz, fáceis de encontrar na prateleira de produtos orientais do seu supermercado favorito; pães à base de arroz ou mandioca (meu favorito é o que eu mesma faço, à base de polvilho azedo); biscoito de polvilho; bolos à base de creme de arroz ou fubá, ou, meu preferido, bolo de chocolate sem farinha. Hmmmm :o)





Reader Comments (17)
A vida sem biscoito é infeliz. Rs.
Eu tenho experimentado ficar sem glúten 6 dias por semana (no sábado eu como à vontade) e tenho notado uma redução significativa das minhas dores de cabeça (que nunca chegaram a ser enxaquecas, apenas dores de cabeça que são resolvidas com duas neosaldinas).
Estou agora reunindo forças para:
1) testar a teoria passando alguns dias comendo glúten como eu comia antigamente e verificar se tenho mais dores de cabeça.
2) caso a teoria de que o glúten é o principal provocador das minhas dores de cabeça, removê-lo totalmente da minha dieta (por seis dias da semana é fácil. O sétimo parece ser o mais difícil).
Suzana, eu já era fã... agora gamei!!!
Uma pergunta básica de não comedora de gluten...
Manter a alimetação sem gluten é mais fácil na Austrália ou no Brasil?
Oi Flávia,
cada país tem as suas vantagens. A do Brasil é a legislação, que torna obrigatório estampar "CONTÉM GLUTEN" ou "NÃO CONTÉM GLUTEN", assim, em letras maiúsculas, nos rótulos. A da Austrália, por outro lado, é a disponibilidade de alimentos alternativos: nos vários supermercados que frequentamos, havia mais de uma prateleira de produtos sem gluten nas seções de biscoitos, de pões, cereais, e até barrinhas energéticas. Eles não facilitam a vida com o rótulo separado como no Brasil, mas toda menção a trigo nos ingredientes é feita em negrito (bem como as menções a derivados de leite e a amendoim, os alérgenos mais comuns). Então... eu diria que é bastante fácil não comer gluten no Brasil, sim!
um abraço
Suzana
Suzana, eu li sua materia na Folha, muito boa. parabens. beijos
Suzana, me indicaram seu blog, e eu adorei!
Eu tenho suspeita de DC e voltei à dieta pra fazer a biópsia que deveria ter feito e não fiz quando houve a suspeita do diagnóstico...
Quando li seu texto sobre o fim das enxaquecas, senti como se o texto fosse meu. Aconteceu a mesma coisa comigo!! Tirar o glúten da minha alimentação fez eu até esquecer que comprava "Cefalium" para minhas cefaléias intermináveis, fez eu deixar vencer meu estoque de paracetamol...
Voltei a comer, pra ver se é DC ou não, mas vou acompanhar seu blog de perto agora.
Parabéns!
Oi Suzana, é muito bom saber o impacto na vida das pessoas da lei do "Contem Gluten" e "Não contem Gluten". Este é um trabalho incrível das ACELBRAs.
Uma entidade sem fins lucrativos que nos ajuda celíacos e sensíveis ao gluten a vivermos com mais autonomia.
Eu ingenuamente achava que comprar na Australia era mais fácil e mais seguro.
Aproveitando a repercussão do seu blog estamos divulgando em pdf algumas cartilhas a respeito do viver sem gluten: Guia do consumidor, Crianças indo para a escola e outros. No site da Acelbra do Rio de Janeiro.
carinhosamente,
flavia
Olá, Suzana. Já existem estudos científicos sobre isto?
Parabéns pelo artigo. Quero ilustrar seu blog com uma experiência pessoal. Há um ano e 10 meses atras descobri que estava com uma possível esteatose hepática, ou seja, gordura no fígado e vesícula. Depois de consultar um gastro, procurei ajuda de uma Nutricionista Funcional que preparou uma prescrição dietética retirando a gordura ruim da minha alimentação juntamente com o gluten pois antes de qualquer intervenção na vesicula eu precisava primeiramente curar o fígado. Após 6 meses de mudança de hábito incluindo caminhadas frequentes e cumprindo a risca o recomendado pela nutricionista realizei nova ultrassom abdomen total e já não tinha mais a gordura no fígado. Com a retirada do gluten e dieta alimentar sai do manequim 44/46 para 38. Hoje minha alimentação é a base de massa de arroz (pizza, macarrão, bolo, pão, biscoito), sorvete sem gordura, óleo de linhaça, azeite extra virgem, gordura boa (nozes, castanhas pará e caju, açia, água de coco, etc.), frutas, legumes, verduras e arrz integral. Raríssimas vezes faço uso do gluten e a retirada dele do meu dia a dia me fez e me faz sentir muito melhor.
Olá Suzana, boa tarde.
Gostaria de saber as vantagens em não comer glutém para quem não tem dor de cabeça quando come...